Esta foi uma conclusão a que chegou Nina Rogers, epidemiologista da University College London, no Reino Unido, que trabalhou ao lado de colegas da University of Bath para entrevistar mais de 5,8 mil britânicos com 20 anos ou mais durante a pandemia.
A maioria (60%) afirmou ter mantido seus níveis de atividade física e apenas cerca de 25% admitiu que os tinha reduzido.
O problema é que mais pessoas com problemas de saúde que as tornam mais vulneráveis à covid-19 faziam parte do grupo que “largou de mão”.
“Isso foi uma surpresa”, diz Rogers. “É preocupante. Podemos ter outros períodos de isolamento, que podem levar a períodos prolongados de pouca atividade física. Isso poderia aumentar o tamanho da população mais vulnerável a complicações graves da covid-19.”
Voltar a se exercitar é difícil
Mas romper com a da “rotina do isolamento” é algo mais fácil de falar do que de fazer.
Abueng Sekgwelea, uma professora de taekwondo e instrutora de fitness baseada em Joanesburgo, na África do Sul, disse à BBC que é fácil para as pessoas perderem a motivação em tempos como estes.
“As pessoas não estão bem emocionalmente. Alguns de meus alunos precisam se conseguir uma alimentação adequada antes de realmente pensarem em se exercitar”, diz Sekgwelea.
“Mas é importante que cuidemos uns dos outros. Uma amiga meu que não fazia exercícios regularmente teve um derrame durante o confinamento.”
Ela ajudou desde então ajudou sua amiga a se recuperar. “Ela perdeu 10 kg desde que comecei a trabalhar com ela”, diz Sekgwelea.
É de alguma forma uma distração bem-vinda da própria situação da instrutora de fitness: ela não tem alunos e nenhuma renda no momento por causa das restrições do isolamento na África do Sul, que estão apenas começando a serem afrouxadas.
“Isso me afetou mais emocionalmente do que financeiramente. Eu tive que me certificar de que permaneceria ativa. Então, usei escadas para exercícios aeróbicos, por exemplo. Quero mostrar às pessoas que elas não precisam de academia para se manter em forma.”